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Tecnologia e Treinos Intensos: Novas Alianças para Potencializar Desempenho
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Nos últimos 20 anos, a reumatologia evoluiu significativamente no cuidado ao paciente. Antes, as opções terapêuticas eram limitadas e o repouso era recomendado frequentemente como estratégia para evitar a progressão das lesões articulares.
Atualmente, além de um arsenal terapêutico robusto, há evidências crescentes sobre a importância da atividade física não apenas na manutenção da saúde geral, mas também na preservação da função musculoesquelética. O fortalecimento muscular, a melhora da resistência, da flexibilidade e da agilidade são componentes essenciais no manejo dessas condições.
Nesse contexto, desde 2006, o Colégio Americano de Medicina Esportiva conduz uma pesquisa anual para identificar tendências no setor fitness. A pesquisa é dinâmica, com novas abordagens sendo incorporadas ou descartadas conforme a evolução das evidências científicas.
Entre as indicações mais recentes, duas se destacam no cuidado ao paciente reumatológico: a tecnologia vestível e o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT, na sigla em inglês).
Os dispositivos vestíveis – popularmente conhecidos como wearables – ocuparam o primeiro lugar na pesquisa de tendências para 2025. Na forma de relógios, pulseiras, anéis e adesivos, esses dispositivos fornecem dados valiosos sobre a atividade física (passos, minutos ativos), indicadores fisiológicos (frequência cardíaca, eletrocardiograma, níveis de glicose e hidratação), além de padrões de sono, comportamento sedentário e estresse.
Uma das vantagens desse tipo de tecnologia é a possibilidade de tornar o autocuidado mais dinâmico e motivador, por meio da gamificação de metas. Movimentar-se mais, dormir melhor ou manter uma alimentação equilibrada podem se tornar desafios com recompensas, incentivando a adesão do paciente. Além disso, há estudos investigando o uso de wearables para detecção precoce de picos inflamatórios em doenças reumáticas, como a artrite reumatoide. A identificação prévia dessas exacerbações pode reduzir o risco de lesões articulares irreversíveis e minimizar a necessidade de intervenções farmacológicas mais agressivas.
Entretanto, apesar dos benefícios, essa tecnologia ainda enfrenta desafios, como a privacidade dos dados, a precisão dos dispositivos e o custo dos equipamentos. Além disso, pacientes ansiosos ou hipervigilantes podem desenvolver estresse adicional ao monitorar constantemente seus parâmetros de saúde, sobretudo diante de variações inesperadas. Portanto, a recomendação de wearables deve ser individualizada, levando em consideração o perfil psicológico de cada um.
HIIT para pacientes reumáticos
Outro destaque da pesquisa foi o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT), um método baseado na alternância entre períodos curtos de esforço máximo (acima de 85% da frequência cardíaca máxima) e momentos de recuperação ativa ou passiva.
O HIIT tem se consolidado como uma abordagem eficiente e acessível, devido à curta duração das sessões e à necessidade mínima de equipamentos, podendo ser adaptado a diferentes ambientes e públicos. Estudos indicam que o HIIT traz benefícios significativos para indivíduos com doenças cardiometabólicas, câncer e, mais recentemente, doenças reumatológicas. No entanto, sua aplicação nesse público requer precauções.
O risco cardiovascular deve ser avaliado antes da prescrição, e o protocolo deve ser ajustado às limitações articulares do paciente, evitando sobrecarga em articulações comprometidas ou restringindo sua amplitude de movimento. Entre as adaptações mais promissoras para pacientes reumatológicos está o HIIT aquático, realizado na piscina, com ou sem equipamentos de flutuação. A resistência e a flutuabilidade da água reduzem o impacto articular, permitindo maior segurança e conforto durante a prática. Outras opções incluem o uso de bicicletas estacionárias, esteiras e máquinas elípticas, que minimizam impactos e podem ser ajustadas conforme as necessidades individuais.
Não podemos negar que a incorporação de novas tecnologias e metodologias ao cuidado do paciente reumatológico reflete o avanço da medicina personalizada. Desde que indicados corretamente e ajustados às particularidades de cada paciente, tanto os dispositivos vestíveis quanto o HIIT representam ferramentas valiosas para otimizar a qualidade de vida e o manejo das doenças reumáticas. O futuro da reumatologia, assim como o da medicina como um todo, caminha para abordagens cada vez mais integradas, individualizadas e embasadas em evidências científicas.
Fernanda Rodrigues Lima é reumatologista e médica do esporte, membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) e do Laboratório de Avaliação e Condicionamento Físico da Reumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Nos últimos 20 anos, a reumatologia evoluiu significativamente no cuidado ao paciente. Antes, as opções terapêuticas eram limitadas e o repouso era recomendado frequentemente como estratégia para evitar a progressão das lesões articulares.
Atualmente, além de um arsenal terapêutico robusto, há evidências crescentes sobre a importância da atividade física não apenas na manutenção da saúde geral, mas também na preservação da função musculoesquelética. O fortalecimento muscular, a melhora da resistência, da flexibilidade e da agilidade são componentes essenciais no manejo dessas condições.
Nesse contexto, desde 2006, o Colégio Americano de Medicina Esportiva conduz uma pesquisa anual para identificar tendências no setor fitness. A pesquisa é dinâmica, com novas abordagens sendo incorporadas ou descartadas conforme a evolução das evidências científicas.
Entre as indicações mais recentes, duas se destacam no cuidado ao paciente reumatológico: a tecnologia vestível e o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT, na sigla em inglês).
Os dispositivos vestíveis – popularmente conhecidos como wearables – ocuparam o primeiro lugar na pesquisa de tendências para 2025.
Na forma de relógios, pulseiras, anéis e adesivos, esses dispositivos fornecem dados valiosos sobre a atividade física (passos, minutos ativos), indicadores fisiológicos (frequência cardíaca, eletrocardiograma, níveis de glicose e hidratação), além de padrões de sono, comportamento sedentário e estresse.
Uma das vantagens desse tipo de tecnologia é a possibilidade de tornar o autocuidado mais dinâmico e motivador, por meio da gamificação de metas.
Movimentar-se mais, dormir melhor ou manter uma alimentação equilibrada podem se tornar desafios com recompensas, incentivando a adesão do paciente. Além disso, há estudos investigando o uso de wearables para detecção precoce de picos inflamatórios em doenças reumáticas, como a artrite reumatoide.
A identificação prévia dessas exacerbações pode reduzir o risco de lesões articulares irreversíveis e minimizar a necessidade de intervenções farmacológicas mais agressivas.
Entretanto, apesar dos benefícios, essa tecnologia ainda enfrenta desafios, como a privacidade dos dados, a precisão dos dispositivos e o custo dos equipamentos.
Além disso, pacientes ansiosos ou hipervigilantes podem desenvolver estresse adicional ao monitorar constantemente seus parâmetros de saúde, sobretudo diante de variações inesperadas. Portanto, a recomendação de wearables deve ser individualizada, levando em consideração o perfil psicológico de cada um.
HIIT para pacientes reumáticos
Outro destaque da pesquisa foi o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT), um método baseado na alternância entre períodos curtos de esforço máximo (acima de 85% da frequência cardíaca máxima) e momentos de recuperação ativa ou passiva.
O HIIT tem se consolidado como uma abordagem eficiente e acessível, devido à curta duração das sessões e à necessidade mínima de equipamentos, podendo ser adaptado a diferentes ambientes e públicos.
Estudos indicam que o HIIT traz benefícios significativos para indivíduos com doenças cardiometabólicas, câncer e, mais recentemente, doenças reumatológicas. No entanto, sua aplicação nesse público requer precauções.
O risco cardiovascular deve ser avaliado antes da prescrição, e o protocolo deve ser ajustado às limitações articulares do paciente, evitando sobrecarga em articulações comprometidas ou restringindo sua amplitude de movimento.
Entre as adaptações mais promissoras para pacientes reumatológicos está o HIIT aquático, realizado na piscina, com ou sem equipamentos de flutuação.
A resistência e a flutuabilidade da água reduzem o impacto articular, permitindo maior segurança e conforto durante a prática. Outras opções incluem o uso de bicicletas estacionárias, esteiras e máquinas elípticas, que minimizam impactos e podem ser ajustadas conforme as necessidades individuais.
Não podemos negar que a incorporação de novas tecnologias e metodologias ao cuidado do paciente reumatológico reflete o avanço da medicina personalizada.
Desde que indicados corretamente e ajustados às particularidades de cada paciente, tanto os dispositivos vestíveis quanto o HIIT representam ferramentas valiosas para otimizar a qualidade de vida e o manejo das doenças reumáticas.
O futuro da reumatologia, assim como o da medicina como um todo, caminha para abordagens cada vez mais integradas, individualizadas e embasadas em evidências científicas.
*Fernanda Rodrigues Lima é reumatologista e médica do esporte, membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) e do Laboratório de Avaliação e Condicionamento Físico da Reumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
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Nos últimos 20 anos, a reumatologia passou por uma transformação significativa no cuidado ao paciente, com a introdução de novas opções terapêuticas e uma abordagem mais ativa em relação à saúde. Anteriormente, o tratamento era limitado e o repouso era frequentemente recomendado. Hoje, há um arsenal terapêutico robusto e um crescente reconhecimento da importância da atividade física para a saúde geral e a preservação da função musculoesquelética. Componentes como fortalecimento muscular, resistência, flexibilidade e agilidade são agora considerados essenciais no manejo de condições reumatológicas.
Desde 2006, o Colégio Americano de Medicina Esportiva realiza uma pesquisa anual para identificar tendências no setor fitness, incorporando novas abordagens com base nas evidências científicas. Entre as inovações mais recentes, duas se destacam: a tecnologia vestível e o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT).
Os dispositivos vestíveis, como relógios e pulseiras, ocupam a liderança nas tendências para 2025. Esses dispositivos oferecem dados sobre atividade física, indicadores fisiológicos e padrões de sono, permitindo um autocuidado mais dinâmico por meio da gamificação de metas. Isso pode engajar pacientes a se movimentarem mais, melhorarem a qualidade do sono e manterem uma alimentação equilibrada. Além disso, há pesquisas sobre o uso de wearables para detectar precocemente picos inflamatórios em doenças reumáticas, como a artrite reumatoide, ajudando a prevenir danos articulares e a necessidade de intervenções farmacológicas mais agressivas.
Entretanto, a adoção dessa tecnologia enfrenta desafios, como preocupações com a privacidade dos dados, a precisão dos dispositivos e o custo. Pacientes com ansiedade podem também experimentar estresse adicional ao monitorar constantemente seus parâmetros de saúde. Portanto, a recomendação do uso de wearables deve ser individualizada, considerando o perfil psicológico de cada paciente.
O HIIT, outra tendência importante, consiste em alternar períodos de esforço máximo com momentos de recuperação. Esta abordagem é eficiente e acessível, sendo adaptável a diferentes ambientes e públicos. Estudos indicam que o HIIT traz benefícios significativos para pessoas com doenças cardiometabólicas, câncer e, mais recentemente, doenças reumáticas. No entanto, sua aplicação em pacientes reumatológicos requer precauções, como a avaliação do risco cardiovascular e ajustes nas atividades para evitar sobrecarga nas articulações.
Uma opção promissora de HIIT para pacientes reumatológicos é o HIIT aquático, que reduz o impacto articular, oferecendo maior segurança e conforto. Outras alternativas incluem bicicletas estacionárias e máquinas elípticas, que também minimizam impactos. A incorporação de novas tecnologias e metodologias no cuidado ao paciente reumatológico reflete a evolução da medicina personalizada.
Com as indicações adequadas, tanto os dispositivos vestíveis quanto o HIIT podem otimizar a qualidade de vida e o manejo das doenças reumáticas. O futuro da reumatologia está se direcionando para abordagens integradas, individualizadas e baseadas em evidências científicas, visando um cuidado mais eficaz e humano para os pacientes.
A autora, Fernanda Rodrigues Lima, é reumatologista e médica do esporte, membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia e do Laboratório de Avaliação e Condicionamento Físico da Reumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.