“Consumir bolachas recheadas pode encurtar sua vida”

Um estudo, publicado nesta sexta-feira (9) na revista científica de saúde pública International Journal of Environmental Research and Public Health, estimou quanto tempo de vida perdemos (ou ganhamos) ao fazer escolhas alimentares.

O objetivo da pesquisa era avaliar alimentos populares nos pratos dos brasileiros, de acordo com o impacto à saúde e ao meio ambiente que eles acarretam.

O artigo é resultado do trabalho conjunto de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Ténica da Dinamarca. Foram usados índices nutricionais já conhecidos, adaptados à realidade do Brasil em uma análise inédita.

Nas redes sociais, um dos dados fruto da pesquisa chamou atenção: comer bolachas recheadas pode te fazer perder 39 minutos de vida saudável? O resultado é esse mesmo, como mostraremos abaixo.

Mas esses achados não se traduzem em impactos literais para cada um de nós. Saiba como as conclusões se aplicam ao dia a dia e como elas podem te ajudar a fazer escolhas melhores – para você e para o planeta.

Como a pesquisa foi feita?

A pesquisa usou o Índice Nutricional de Saúde (também chamado pela sigla em inglês, Heni) para classificar os alimentos de acordo com o impacto à saúde. Esse impacto foi medido em tempo: quantos minutos ganhamos ou perdemos, em expectativa de anos de vida saudável, ao comer um ou outro alimento.

Essa conta complexa considera o tipo de alimento e a presença de alguns itens. Altas taxas de sódio, por exemplo, que são associadas à mortalidade, entraram no cálculo. A quantidade de litros usados para fabricar o alimento e o nível de emissões de gases de efeito estufa (em Co2) serviram como indicativos do impacto ambiental dos itens analisados.

As comidas escolhidas para compor a análise foram as 33 que mais contribuem para a ingestão energética no Brasil. Os mais consumidos incluíram o tradicional arroz e feijão, carnes vermelhas e alguns produtos considerados ultraprocessados seguindo a Classificação Nova da USP, como biscoitos e refrigerantes.

Quais as conclusões do estudo?

Para o meio ambiente, os piores alimentos são aqueles derivados de animais. A carne vermelha foi a grande campeã em emissão de gases de efeito estufa. Em consumo de água para produção, a pizza de mussarela foi a recordista.

Já para a saúde, alimentos ultraprocessados e carnes vermelhas tiraram mais tempo de vida. Biscoitos recheados são os recordistas: 36,69 minutos de vida saudável perdidos a cada 115g consumidas. Depois, vêm o porco, a margarina, a carne vermelha e os biscoitos salgados.

Os índices apontaram que as opções mais benéficas para a saúde foram o peixe de água doce – que adiciona 17,22 minutos de vida saudável – a banana, e o arroz com feijão. O melhor dos dois mundos são os alimentos de origem vegetal, como feijão e frutas. Os custos ambientais são menores e os ganhos para a saúde, maiores.

O que esses resultados significam?

Os achados científicos não significam que você vai perder exatamente este tempo de vida saudável ao comer uma bolacha recheada, por exemplo.

Como esta é uma pesquisa epidemiológica, a análise é de caráter coletivo. Para levar em conta os dados do estudo, é preciso pensar em um consumo contínuo. Comer uma bolacha recheada poucas vezes não vai ter esse impacto. Consumir constantemente, sim.

Fatores individuais que também influenciam a saúde de cada um, como a prática de exercícios físicos, a existência de doenças pré-existentes, a genética e o estilo de vida não entraram nesta análise.

O trunfo do estudo é oferecer uma nova base de dados, quantitativa, para pensar políticas públicas que garantam o acesso a alimentos diversos e de qualidade. Medidas que incentivem a produção local de alimentos variados podem tomar o estudo como base, para pensar o que é mais adequado para a população e para o meio ambiente.

Um estudo, publicado nesta sexta-feira (9) na revista científica de saúde pública International Journal of Environmental Research and Public Health, estimou quanto tempo de vida perdemos (ou ganhamos) ao fazer escolhas alimentares.

O objetivo da pesquisa era avaliar alimentos populares nos pratos dos brasileiros, de acordo com o impacto à saúde e ao meio ambiente que eles acarretam.

O artigo é resultado do trabalho conjunto de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Ténica da Dinamarca. Foram usados índices nutricionais já conhecidos, adaptados à realidade do Brasil em uma análise inédita.

Nas redes sociais, um dos dados fruto da pesquisa chamou atenção: comer bolachas recheadas pode te fazer perder 39 minutos de vida saudável? O resultado é esse mesmo, como mostraremos abaixo.

Mas esses achados não se traduzem em impactos literais para cada um de nós. Saiba como as conclusões se aplicam ao dia a dia e como elas podem te ajudar a fazer escolhas melhores – para você e para o planeta.

Como a pesquisa foi feita?

A pesquisa usou o Índice Nutricional de Saúde (também chamado pela sigla em inglês, Heni) para classificar os alimentos de acordo com o impacto à saúde. Esse impacto foi medido em tempo: quantos minutos ganhamos ou perdemos, em expectativa de anos de vida saudável, ao comer um ou outro alimento.

Essa conta complexa considera o tipo de alimento e a presença de alguns itens. Altas taxas de sódio, por exemplo, que são associadas à mortalidade, entraram no cálculo. A quantidade de litros usados para fabricar o alimento e o nível de emissões de gases de efeito estufa (em CO2) serviram como indicativos do impacto ambiental dos itens analisados.

As comidas escolhidas para compor a análise foram as 33 que mais contribuem para a ingestão energética no Brasil. Os mais consumidos incluíram o tradicional arroz e feijão, carnes vermelhas e alguns produtos considerados ultraprocessados seguindo a Classificação Nova da USP, como biscoitos e refrigerantes.

Quais as conclusões do estudo?

Para o meio ambiente, os piores alimentos são aqueles derivados de animais. A carne vermelha foi a grande campeã em emissão de gases de efeito estufa. Em consumo de água para produção, a pizza de mussarela foi a recordista.

Já para a saúde, alimentos ultraprocessados e carnes vermelhas tiraram mais tempo de vida. Biscoitos recheados são os recordistas: 36,69 minutos de vida saudável perdidos a cada 115g consumidas. Depois, vêm o porco, a margarina, a carne vermelha e os biscoitos salgados.

Os índices apontaram que as opções mais benéficas para a saúde foram o peixe de água doce – que adiciona 17,22 minutos de vida saudável – a banana, e o arroz com feijão. O melhor dos dois mundos são os alimentos de origem vegetal, como feijão e frutas. Os custos ambientais são menores e os ganhos para a saúde, maiores.

O que esses resultados significam?

Os achados científicos não significam que você vai perder exatamente este tempo de vida saudável ao comer uma bolacha recheada, por exemplo.

Como esta é uma pesquisa epidemiológica, a análise é de caráter coletivo. Para levar em conta os dados do estudo, é preciso pensar em um consumo contínuo. Comer uma bolacha recheada poucas vezes não vai ter esse impacto. Consumir constantemente, sim.

Fatores individuais que também influenciam a saúde de cada um, como a prática de exercícios físicos, a existência de doenças pré-existentes, a genética e o estilo de vida não entraram nesta análise.

O trunfo do estudo é oferecer uma nova base de dados, quantitativa, para pensar políticas públicas que garantam o acesso a alimentos diversos e de qualidade. Medidas que incentivem a produção local de alimentos variados podem tomar o estudo como base, para pensar o que é mais adequado para a população e para o meio ambiente.

 

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Um estudo publicado na revista “International Journal of Environmental Research and Public Health” analisou a relação entre escolhas alimentares comuns no Brasil e seu impacto sobre a saúde e o meio ambiente, estimando quanto tempo de vida saudável pode ser perdido ou ganho com diferentes alimentos. A pesquisa envolveu pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Técnica da Dinamarca.

### Metodologia da Pesquisa

Os pesquisadores utilizaram o Índice Nutricional de Saúde (Heni) para classificar alimentos com base em seu impacto à saúde, medindo esse impacto em termos de tempo: quantos minutos de vida saudável são ganhos ou perdidos ao consumir determinados alimentos. O estudo considerou fatores como a presença de sódio, que está associado à mortalidade, além do consumo de água e as emissões de gases de efeito estufa durante a produção dos alimentos.

A análise incluiu 33 alimentos que mais contribuem para a ingestão energética no Brasil, como arroz, feijão, carnes vermelhas e produtos ultraprocessados, incluindo biscoitos e refrigerantes.

### Resultados e Conclusões

Os resultados revelaram que, em termos de impacto ambiental, os alimentos de origem animal, especialmente a carne vermelha, são os piores, sendo responsáveis por altas emissões de gases de efeito estufa. A pesquisa destacou que a pizza de mussarela é a que mais consome água para produção.

Do ponto de vista da saúde, os alimentos ultraprocessados e as carnes vermelhas foram associados à perda significativa de tempo de vida saudável, com biscoitos recheados liderando a lista, resultando em uma perda de 36,69 minutos de vida saudável a cada 115g consumidos. Outros alimentos que também contribuíram para a perda de tempo de vida saudável incluem carne de porco, margarina e biscoitos salgados.

Em contrapartida, os alimentos mais benéficos para a saúde incluíram o peixe de água doce, que pode adicionar 17,22 minutos de vida saudável, bem como a banana e o arroz com feijão. Os alimentos de origem vegetal, como feijão e frutas, mostraram ter menores custos ambientais e maiores benefícios para a saúde.

### Interpretação dos Resultados

É importante notar que os achados do estudo são baseados em uma análise epidemiológica e não implicam que o consumo ocasional de um alimento específico resultará diretamente na perda de tempo de vida saudável. Para que os resultados sejam relevantes, é necessário considerar um padrão de consumo contínuo. Fatores individuais, como exercícios físicos, condições de saúde pré-existentes, genética e estilo de vida, não foram levados em conta na análise.

A pesquisa oferece uma nova base de dados quantitativa para informar políticas públicas que promovam o acesso a alimentos variados e de qualidade. Sugere que medidas que incentivem a produção local de alimentos diversificados podem ser fundamentadas nos resultados do estudo, visando o bem-estar da população e a proteção do meio ambiente.

By Grecia

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